Hoje, o camiseiro ainda desenvolve as modelagens de todas as peas da fbrica Celian e nem pensa em parar
Alegria no rosto misturada com muita energia, amor, paciência e disciplina no trabalho. Esta é a receita infalível do empresário campineiro José Dimazzio Netto, mais conhecido como Seu José. Aos 90 anos, ele continua à frente da fábrica de camisas, criada em 1965, em Campinas, a Celian. “Sempre desenvolvi a modelagem das roupas e cuidei da produção. Até hoje faço as modelagens de todas as peças, mesmo de longe, devido à pandemia do novo coronavírus”, diz o empreendedor. Inspirado pelo pai, que era alfaiate, Seu José recorda da infância entre retalhos e tesouras. “Meu pai trabalhava em casa costurando ternos com coletes e minha mãe o ajudava fazendo as mangas dos paletós. Ela que fazia nossas roupas. Eu vivia brincando com os retalhos e aprendendo a lidar com a tesoura. Foi assim que comecei a costurar com algum retalhinho e tomei gosto pelo ramo da camisaria”, diz.
O sucesso demandou muito esforço. Aos 14 anos, ele começou a trabalhar como representante comercial de diversas confecções de camisas, sapatarias até virar tecelão em fábrica de elástico. “Não tive muita infância porque trabalhava demais. Tive até uma forte anemia devido ao esforço porque trabalhava e estudava à noite, mesmo, no fim, não ter completado os estudos. Mas sempre fiz tudo com muita dedicação. Até meu chefe me elogiava dizendo que trabalhava como um adulto”, recorda. Com 18 anos, foi para o Exército, seu grande estágio com a máquina de costura. “Lá comecei a fazer os ajustes nas túnicas dos meus colegas e até confeccionava os casquetes”, lembra.
Primeira fábrica
“Já criei cinco fábricas ao longo da minha vida e ofereci muitos empregos em Campinas e região”, conta Seu José, que lamenta a atual situação econômica do País. “O nosso comércio vive uma grande crise em função das importações da China e agora com a pandemia. O comércio de roupa exige uma mão de obra muito qualificada”, diz o empresário, que já foi presidente do sindicato de todas as indústrias de confecções na região de Campinas. Também foi homenageado recentemente pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) como o empresário mais antigo em atividade na cidade. Além disso, fez parte da diretoria do colégio Batista de Campinas por mais de 20 anos.
Alicerces
